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 ROCK AND ROLL

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O ROCK BRASILEIRO NOS ANOS 50

O rock brasileiro nos anos 50

 por André Heavyman Morize

 

 

 

O rock brasileiro nos anos 50

 por André Heavyman Morize

 

A década de 50 começa conturbada no Brasil:

Perda da Copa do Mundo em pleno Maracanã (1950), morte de Getúlio Vargas (1954), fabricação do primeiro fusquinha (1950), morte de Carmem Miranda (1955), os delírios arquitetônicos de Oscar Niemeyer e a loucura de JK, que viria a ser presidente em 31 de janeiro de 1956 e construiria Brasília.

 

Brasilia        Jucelino

Em meio a tudo isso reinava a bossa nova... o pop da vez.

Mas no dia 24 de outubro de 1955 um simples fato mudaria a vida dos jovens brasileiros.

Com muito topete e brilhantina, uma versão carioca para Rock Around The Clock foi gravada nos estúdios da Continental.

Sua intérprete Nora Ney (até então a rainha da bossa). A versão trazia o nome abrasileirado de Ronda das Horas.

Surgia assim o rock brasileiro, curiosamente por alguém que só cantava Bossa Nova e se apresentava em programas da Rádio Tupi sob a alcunha de Nora May.

nora ney

Por ironia quis o destino que Nora Ney fosse conhecida mundialmente por sua única incursão no mundo do rock. Seu papel foi importantíssimo pois abriu os olhos da juventude ainda não transviada para jornais, revistas e programas de rádio que traziam os então reis do rock (o negro imoral) Chuck Berry, (o pedófilo) Jerry "The Killer" Lee Lewis (o efeminado) Little Richards e (o bad boy branco) Elvis "The Pelvis" Presley, além de filmes de artista malditos como Marlom Brando e James Dean que começavam a moldar toda uma geração.

 

Em 1956 JK assume a presidência e usa como slogan (50 anos em 5). Constrói Brasília em 3 anos, implanta a indústria automobilística nacional.No cinema estréia o filme Rock Around The Clock com o título No Balanço das Horas que além da música título emplaca Only You e See You Latter Alligator, nas paradas de sucesso. Na esteira de Rock Around The Clock vem The Wild One (rebatizado como O Selvagem) protagonizado por Marlon Brando, e Rebel Without a Cause (Juventude Transviada) com James Dean, Natalie Wood e Sal Mineo.

 JAMES DEAN E NATALIE WOOD

O rock chegou de mansinho mas chegou para ficar. Ninguém apostou no gênero, apenas alguns DJs. excêntricos e curiosos, mas foi como uma epidemia assolando o país inteiro. De norte a sul, ouvintes pediam Bill Halley, Elvis, Little Richards, Ray Charles e outros e as gravadoras logo lançaram discos para faturar em cima daquele modismo, como haviam feito com a rumba e o suingue.

Claro que diferente de hoje as coisas eram divulgadas mais lentamente. Não existiam os legítimos rockeiros brasileiros e as músicas eram cantadas e assimiladas com nosso sotaque pelos músicos de entâo: The Playings ou Titulares do Ritmo(músicos de Jingles em inglês), Herve Cordovil, Betinho e seu Conjunto que já havia gravado Enrolando o Rock em 1957, Mário Genari e seu Conjunto do qual fazia parte Sergio Campello, mas tarde conhecido como Tony Campello, e Ron Coby (Cauby Peixoto).

O rock nacional começava a ganhar cantores brasileiros com nomes americanos, com roupas espalhafatosas e produzidas.

Ao contrário da rebeldia que causava furor no EUA, as nossas gravadoras procuravam rapazes e moças de boa família para formar o embrião do brasilian rock.

Em termos de comportamento Neil Sedaka ganhava de 10x0 de Chuck Berry e era nele que a juventude comportada ou seria "controlada"? daqui, se espelharia.

 

Em 1958 surgia a primeira safra legitimamente nacional.

Sergio e Célia Campello se tornariam Tony e Celly Campello, lançando versões de (Forgive-me) Perdoa-me e (Handsome Boy) Belo Rapaz, estreando na TV Tupi de São Paulo e nos dois anos seguintes comandando o programa Celly e Tony em HiFi, também conhecido como Crush em HiFi, na TV Record.

CELLY CAMPELLO                             TONY CAMPELLO

Celly foi considerada a rainha do rock e Tony o primeiro rei da primeira geração de rockeiros brasileiros. Em 1959 participariam também dos filmes Jeca Tatu e em 1960, Zé do Periquito, ambos de Mazzaroppi.

Ainda em 58 se formariam os Golden Boys que seriam expressivos na futura Jovem Guarda.

Programas de rádio em AM (FM somente na década de 70), se alastravam pelo país: Carrossel dos Bairros, Disque Disco onde o ouvinte interagia com o programa (Rádio Record). Na Rádio Nacional Antonio Aguillar mostrava os sucessos de Elvis no programa Ritmos para a Juventude. Na Tupi Carlos Imperial lançava artistas desconhecidos no programa Clube do Rock, e Jair de Taumaturgo apresentava Hoje é dia de Rock na Rádio Mayrink Veiga no Rio de Janeiro.

Ritmos do Tio Sam e Midnight Serenade divulgavam o som pop dos EUA.

Vieram os primeiros programas de TV: Os Brotos Comandam era apresentado por Carlos Imperial na TV Rio.

Os "points" eram a Rua Augusta em Sampa e o Castelinho no Rio.

No Rock Sinfonia do Castelinho, Sergio Murilo contava como as coisas rolavam por lá. Eram lugares onde sei ia tomar sorvete, comprar discos e "azarar".

Ainda por volta de 57 surgia no Rio uma das primeiras bandas de rock genuinamente nacional: A Turma do Matoso, vidrada no som de Elvis, Chuck Berry e Little Richard e que depois  em 58 se transformaria em The Sputiniks cuja formação trazia: China, Arlênio Trindade, Tim Maia Erasmo Carlos e Roberto Carlos.

Foi Tim Maia quem ensinou Erasmo, amigo de trocar figurinhas e discos de rockeiros a tocar violão. Formaram uma banda denominada Tijucanos do Ritmo, e por frequentarem o Bar Snack, um outro "point" do Rio, resolveram mudar para The Snacks, logo em seguida passando para The Sputniks.

Desde sua criação em 58 até sua dissolução no fim do mesmo ano, os Sputiniks se apresentaram em clubes da Tijuca, e em vários programas. Um deles foi o Clube do Rock de Carlos Imperial, que foi o descobridor e padrinho de dezenas de artistas que estourariam na década seguinte: Renato e Seus Blue Caps, Eduardo Araújo, Ronnie Von e outros.

A carreira do cantor e compositor que seria o porta voz da futura Jovem Guarda e um dos símbolos de uma geração começou no final dos 50. Assim como Carlos Imperial, Roberto Carlos Braga era de Cachoeiro do Itapemirim e em 1957 apresentou-se pela primeira vez na televisão no programa Teletur da TV Tupi, cantando Tutti Frutti e em 1958 foi apresentado por Otavio Terceiro, produtor do programa a Turma do Matoso. Em 59, mesmo ano em que Sergio Murilo foi eleito o Rei do rock, Roberto Carlos após uma frustrada incursão pela Bossa Nova, era contratado pela Columbia e iniciava o seu caminho para se tornar o Rei do Ié-Ié-Ié.

Quando terminou a década de 50 o Brasil já tinha perdido muito do jeito inocente.  Apesar de ingressar na sociedade de consumo alavancado pelo surto do desenvolvimento, as desigualdades sociais começaram a aumentar. Na música do fim dos anos 50 isso ainda não se refletia, mas nas demais artes (cinema, teatro e literatura) essa subversão de valores começava a trazer a tona temas mais concretos.

O palco pop do teatro de revista dava lugar a seriedade. Em 1958 no Teatro de Arena foi montada a peça Eles nâo usam Blacktie de Gianfrancesco Guarnieri, no Teatro Oficina José Celso Marinez Correa trazia Vento Forte para um Papagaio Subir. temas que retratavam a realidade brasileira.

                                                ELES NÃO USAM BLACKTIE

 

A cena do rock brasileiro então ficava mais ou menos assim: Celly Campello, Tony Campello, Ronnie Von, Roberto Carlos, Sergio Murilo, Demétrius, Wilson Miranda, Ronnie Cord, Albert Pavão, Erasmo Carlos com The Snakes, Sergio Reis, Renato e Seus Blue Caps, Eduardo Araújo. (esses alguns dos nomes mais expressivos que se firmariam na década de 60).

 

Nora Ney - Ronda das Horas

https://drive.google.com/file/d/1Qm7aEPIwTzO_4kwdjjeLVIgaQ2VaLeDL/view?usp=drive_link

 

Agostinho dos Santos - Até Logo Jacaré

https://drive.google.com/file/d/12JLjHc52KWMmrCkzm8pJjFimXZ120TgH/view?usp=drive_link

 

Betinho e Seu Conjunto - Enrolando o Rock

https://drive.google.com/file/d/1bFsVc1pkdHpwys4n4sfzvsEvmpt_D_Ko/view?usp=drive_link

 

Tony Campello - Baby Rock

https://drive.google.com/file/d/113GEIotzTs_A_nfVFqUrR0_7E_ayQOka/view?usp=drive_link

 

Celly Campello  Handsome Boy

https://drive.google.com/file/d/16gF1p-EB4NYVMBJCasH8mP-YNWvbt6HO/view?usp=drive_link

 

 *Foram poucos os rockeiros nos anos 50. Muitos só foram se firmar no início dos 60 em diante. Se alguém tiver mais algum entre na página "Comentários" e deixe sua sugestão.

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